A Gestão 2009/2010 (Chapa “Construindo Ações”): breve retrospecto
Em 2009, depois de muitas discussões (todas abertas!), divergências e consensos, um grupo de estudantes, percebendo o quadro preocupante do curso de Pedagogia de pouca mobilização e busca de reflexão, acreditando que não podemos nos furtar de transformar a realidade, resolveu formar uma Chapa e assumir o Centro Acadêmico de Pedagogia (CAPe), objetivando torná-lo um espaço de todos. A Chapa foi eleita no final de 2009 e por um período conseguiu organizar atividades e agregar novos participantes. Algumas das nossas realizações foram o CinePedago (2 edições), o Passeio no Cerrado (que é uma área de preservação ambiental aqui pertinho de nós!), Fim de tarde + Palquinho Culturais e o Jornal dos Estudantes da Pedagogia (3 edições). Alguns de nossos planos eram a construção de uma biblioteca para os estudantes, com os textos e livros que os professores costumam indicar para suas aulas, além de mantermos o Centrinho aberto todos os dias, para os estudantes poderem usá-lo como sala de estudos ou obter informações, entre outros.
Em 2010, buscamos organizar uma Calourada diferenciada, sem a costumeira hierarquia que se coloca entre veteranos e calouros, sem a humilhação que se faz muitas vezes presente. Houve suas falhas, mas conseguimos fazer o que foi possível para a semana acontecer!
Além disso, há alguns anos o CAPe tem organizado a Semana da Educação, um espaço para a Pedagogia ter contato com outras discussões sobre educação, profissionais e estudiosos da área. Acreditando que esta é uma semana dos estudantes e por eles deve ser construída chamamos diversas reuniões para elencarmos temas para a semana. Nestas reuniões só apareciam integrantes do CA e pouquíssimos estudantes, e quando apareciam! A semana demanda muito esforço. Por trás dela tem toda uma burocracia a ser respeitada, tem a questão da grana, dos contatos, da organização dos debates, dentre outras tarefas extremamente trabalhosas. Construí-la em poucas pessoas, pela primeira vez, foi um desafio. Muitas falhas aconteceram, participantes confirmados não puderam comparecer, os cafés pré-debates foram proibidos pela universidade, etc. Todavia a semana aconteceu e quem dela participou concretamente, certamente aprendeu algo e levou questões para refletir. Após todas as atividades tinha uma caixa com papel na qual as pessoas poderiam fazer críticas, sugestões, elogios, enfim. Recebemos dois papéis ao longo da semana. Todavia em outros espaços recebemos críticas destrutivas sobre a semana. Porque ao invés de apenas criticar não ajudamos a construir, ou damos sugestões ao menos? As pessoas da chapa e algumas que ajudaram a construir muitas vezes se ausentaram também o que dificultou mais ainda o trabalho.
Após essa semana o CAPe foi tomado por “uma ressaca” e não conseguiu reerguer-se. As funções individuais de cada um foram priorizadas e a construção coletiva do CAPe foi deixada de lado. Dessa forma todas as atividades e planos não mais aconteceram. Nas reuniões, por todo o segundo semestre, apareciam duas pessoas, três e às vezes apenas uma. Como fazer algo dentro dessas limitações? O CAPe não deve tomar nossa vida, deve ser parte dela. E quanto mais pessoas se juntam na construção, menos tarefas individuais restam a todos. Todas as tarefas demandam pessoas para acontecerem e nós não tínhamos mais pessoas!
As falhas da nossa gestão foram responsabilidades de muitos integrantes e participantes da mesma que abandonaram o barco no meio do trajeto e ainda não voltaram. Mas é importante ressaltar que durante esse trajeto, que vai contra a corrente (por acreditar num mundo mais justo!) e, portanto, é um trajeto difícil, novas pessoas não se juntaram apesar de estarmos sempre abertos (todos nossos encontros eram abertos e divulgados). Novas idéias, novas críticas, novos esforços, nada disso se juntou a nós. O que entrou foram críticas destrutivas, que não nos davam possibilidade de ação. Foram jogados apenas preconceitos sem sugestões de modificação. Isso tornou tudo bem mais difícil.
Nossas realizações foram poucas, mas nem isso teria acontecido caso não insistíssemos em “fazer acontecer”. Esse balanço que apresentamos tem o objetivo de pensarmos juntos, para que evitemos (quem estiver do CA) os mesmos erros e possamos voltar a poder contar com um Centro Acadêmico presente e forte!
Eleições do Centro Acadêmico
Ao final de 2010 o CAPe deveria ter tocado o processo eleitoral para passar o Centrinho adiante. No entanto duas assembléias foram chamadas e em ambas não atingimos o quórum mínimo, sendo impossibilitado o processo. Não tivemos pernas para tocar as eleições, mas esse ano vamos fazê-lo, independente das circunstâncias, e esperamos que nossa experiência ajude na construção de uma nova chapa mais fortalecida e que compreenda e se comprometa com a construção coletiva até o final, tendo em vista que quanto mais pessoas participam, menos tarefas individuais são atribuídas e mais tranqüila, divertida e concreta é a construção.
Assumir um CA não é fácil! Tem muita coisa pra dar conta e nós acreditamos que aquele espaço não deve restringir-se às questões da universidade apenas. Deve buscar refletir nossa formação e nossa atuação no mundo. Consideramos importante que haja a reflexão sobre os acontecimentos pertinentes ao nosso cotidiano estudantil, seja no curso, em outros espaços da Universidade, mas também sobre os acontecimentos na sociedade em geral. Todavia , nem sempre o curso oferece espaço para essa reflexão, sendo necessário que alguém o faça.
Por fim, diante de todo esse balanço, chegou a hora de tocarmos adiante o processo eleitoral e deixarmos que novas pessoas assumam aquele espaço!
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