domingo, 20 de novembro de 2011

Enquanto isso...

Enquanto isso...

... a juventude de diversos paises protagoniza grandes mobilizações, defendendo ou reivindicando a educação pública, se contrapondo e chegando a derrubar ditadores, ou ainda resistindo aos efeitos do capitalismo e suas recentes crises econômicas...
Ao longo de 2011 fortes manifestações estudantis sacudiram o Chile, com atos que chegaram a reunir 500 mil pessoas... Com o apoio de 80% da população, a juventude chilena reivindica a educação gratuita (o país possui altos índices de privatização e há cobrança de elevadas taxas no ensino público)...




Inspirados pela “Primavera Árabe”, nos Estados Unidos jovens ocuparam as praças de Wall Street, coração financeiro mundial... O movimento, que logo se estendeu a mais de 100 cidades norteamericanas, é contrário à política econômica imperialista de Obama (fiel seguidor de Bush), que transfere grande quantia de dinheiro público para bancos e empresas, para “salva-los” da crise...
Na Espanha, a juventude “indignada” tem se levantado contra o desemprego e conseguiu impulsionar trabalhadores, imigrantes, aposentados e demais setores populares a lutarem com o trabalho informal (sem direitos trabalhistas), os baixos salários e os pacotes de ajuste fiscal impostos pelo Governo de Zapatero... As manifestações chegaram a 300 mil pessoas, em mobilizações que tomaram as praças de mais 60 cidades... Sob o lema "A educação não se vende, se defende", em 17 de novembro, estudantes, professores e funcionários protestaram contra os cortes de verbas da educação. Além de terem feito uma greve geral, as manifestações de rua contaram com mais de 30 mil estudantes e trabalhadores em diversas cidades...
Várias greves gerais tem acontecido na Grécia, contra os planos de austeridade exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia e que estão levando o país à beira de um caos social. Em todas elas, a participação da juventude tem sido fundamental... Várias praças ficaram ocupadas por dias, à exemplo do que tem ocorrido em outros paises...
Em Portugal, as manifestações da “Geração à rasca” levaram às ruas de diversas cidades aproximadamente 200 mil jovens e trabalhadores, contrários à política do Governo de Sócrates, que tem contribuído para o aumento do desemprego e retirada de direitos sociais, favorecendo banqueiros e empresários...
Na Inglaterra a forte repressão policial à bairros periféricos despertou a ira de uma juventude que cansou de ser cotidianamente violentada pelo capitalismo... O assassinato de um jovem foi o estopim para uma série de enfrentamentos com os policiais, assassinos profissionais à serviço do Estado... No final do ano passado, protestos contra o pagamento de matrículas e os cortes de orçamento das faculdades e universidades reuniram mais de 50 mil pessoas em Londres...


Com começo no final do ano passado, mobilizações na Tunísia derrubaram o ditador Zine el-Abidine Ben Ali, desencadeando manifestações na Argélia, Jordânia, Iêmen, Síria... No Egito, o inimaginável aconteceu: uma forte revolução democrática derrubou o ditador Mubarak, que estava no poder a 30 anos... Na Líbia, uma onde de insurreições, que instalou a guerra civil no país, também pos fim à ditadura de Gaddafi (Khadafi), que ficou no poder 42 anos... Esses acontecimentos caracterizam a “Primavera Árabe” e em todos eles a juventude participou ativamente; em muitos casos foi a responsável pela organização das manifestações, tendo se utilizado das redes sociais como instrumento de organização dos atos e ocupações de praças...
Em 2010, estudantes secundaristas e universitários também saíram às ruas na Argentina, em protestos contra as precárias condições do ensino público por lá... Na Itália, estudantes se manifestaram contra cortes de verbas na educação... Na França e Grécia, onde greves gerais ocorreram, a juventude somou forças aos trabalhadores, lutando contra a retirada de diversos direitos sociais...



Em todas essas lutas, a repressão policial foi muito forte... Milhares foram presos, muitos perderam a vida... Mas toda a repressão gerou uma grande reação do movimento, demonstrando que nem a força das armas é capaz de silenciar aqueles que lutam por um mundo melhor...
Acreditemos em nossas próprias forças, esse é o chamado que fica... Somos sujeitos históricos e o futuro esta em nossas mãos... Temos visto os limites do Governos, da institucionalidade, portanto, não exitemos em sair às ruas, para conquistarmos nossos sonhos e construirmos uma sociedade igualitária... “The only solution is world revolution”…

Texto de Robson da S. Rodrigues- Pedagogia 2009